O novo airbag central foi desenvolvido para proteger as cabeças dos ocupantes da frente de colidirem uma com a outra. Stefan Hagen, responsável pelos ensaios de colisão laterais do ID.3 explica-nos como este funciona.
Em que altura se apercebeu que a mobilidade elétrica para todos se estava a tornar uma realidade?
Olhe para o ID.3. Ele elimina quase todos os preconceitos contra a mobilidade elétrica. Quer se trate da autonomia, do custo, do design ou da adaptabilidade à utilização quotidiana, a segurança ou o crescimento constante da infraestrutura de carregamento, estamos bem posicionados com o ID.3.
Qual foi o maior desafio que teve de enfrentar durante todo o processo do projeto?
Para além dos aspetos relacionados com a proteção da bateria de alta tensão, em caso de acidente, estivemos altamente focados na proteção dos ocupantes do ID.3. Funcionalidades adicionais servem para melhorar ainda mais os padrões de segurança. É por isso que o nosso departamento de segurança automóvel desenvolveu um novo tipo de airbag - o airbag central, que abre entre os dos bancos da frente. O objetivo deste airbag consiste em prevenir que os dois ocupantes da frente colidam fortemente um contra o outro, por exemplo, em caso de um embate lateral. O desenvolvimento foi desafiante, porque a força exercida era uma novidade para nós e o tempo disponível para o seu desenvolvimento foi muito curto.
"Trabalhámos duramente e fizemos tudo em nosso poder para assegurar que o automóvel tivesse a máxima segurança."
Stefan Hagen
Segurança automóvel, funções globais do automóvel | Embate lateral, testes
estáticos
Em detalhe, qual é a tecnologia que considera mais fascinante no novo ID.3?
O ID.3 é tão seguro em termos de colisões, como um automóvel com motor convencional. O automóvel caracteriza-se pelas estruturas robustas para proteger a bateria de alta tensão em caso de acidente. Isto torna o automóvel incrivelmente rígido e o mesmo apresenta deformações globais comparativamente ligeiras nos nossos ensaios de colisão.
É claro que o airbag central também tem de ser destacado aqui. Além disso, o airbag central já faz parte do equipamento de segurança, de série, do ID.3.
O que mais o inspirou no desenvolvimento da família ID.?
Como engenheiro de segurança automóvel, tive o privilégio de acompanhar o projeto desde o início até ao presente. Estamos atualmente a testar os modelos de pré-série. O primeiro ensaio de colisão, em Setembro de 2018, foi particularmente emocionante para mim. Depois de termos passado tanto tempo no planeamento teórico e desenvolvimento, fazer um teste real ao protótipo, pela primeira vez, foi um momento importante. Foi muito emocionante e um verdadeiro passo em frente.
O que retira pessoalmente deste projeto?
Há três anos atrás, nunca teria pensado que teríamos conseguido tudo o que conseguimos até ao presente e mantendo os prazos muito ambiciosos. O esforço de todos os participantes na equipa é verdadeiramente notável. O automóvel, vai sem dúvida, causar um grande impacto.
Quais são as vantagens visíveis resultantes das soluções de simulação digital, tais como os pré-cálculos de uma colisão?
Durante a fase de desenvolvimento tivemos apenas sete protótipos disponíveis, que usámos para diversas colisões frontais, laterais e traseiras. Rapidamente descobrimos que a estrutura do automóvel não podia ser desenvolvida através de ensaios de colisão individuais. É aqui que entram as simulações. Sem as mesmas é impossível atingir o elevado desenvolvimento dos automóveis modernos. Resulta daí que a estrutura do automóvel e os sistemas de retenção foram intensivamente desenvolvidos e otimizados nas simulações, antes do primeiro ensaio de colisão. As simulações fizeram-nos poupar imenso tempo, pois os os pontos fracos podem ser identificados e eliminados numa fase inicial. No entanto, os ensaios de colisão reais são e vão continuar a ser, indispensáveis, para assegurar a segurança e a validação das mesmas, particularmente num automóvel tão revolucionário como o ID.3.