O ID.3 (protótipo próximo do modelo de produção) é o primeiro modelo da família ID. totalmente elétrica. Entrevistamos Jürgen Stackmann para descobrir porque os automóveis elétricos são agora uma escolha ideal para muitos condutores e qual o papel da estratégia de comunicação a longo prazo.

O que mais o inspirou no desenvolvimento do ID.3?

O ID.3 é um importante marco para a nossa marca; ele dá início a uma nova era de mobilidade elétrica para todos. Trabalhamos duramente neste automóvel e estamos muito contentes que o ID.3 irá em breve ser o primeiro membro da família ID., sem emissões, que vai chegar às estradas de todo o mundo. A seguir ao Carocha e ao Golf, o ID.3 é o terceiro capítulo para a Volkswagen. O que é especial no ID.3 é que representa o conceito de um automóvel acessível para todos. Estamos a tornar a mobilidade elétrica adequada à utilização no dia a dia e acessível para todos. Para nós, a apresentação do ID.3 ao mundo na IAA em Frankfurt foi um momento cheio de emoção para todos.

Em que altura se apercebeu que a mobilidade elétrica para todos se estava a tornar uma realidade?

A mobilidade elétrica não é na realidade um tema novo para a Volkswagen. Afinal, já lançámos o nosso primeiro automóvel totalmente elétrico, o e-up! (e-up!: consumo de eletricidade em kwh/100 km: 12,9-12,7 (combinado); emissões de CO2 em g/km: 0; em 2013. Até ao presente, houve três razões principais pelas quais os clientes decidiram não optar por um automóvel elétrico: o preço, a autonomia e uma infraestrutura de postos de carregamento reduzida. Nós resolvemos agora os dois primeiros pontos com o ID.3: vai estar disponível por um preço a rondar os 30.000€, um preço semelhante ao do Golf. Além disso pode ainda beneficiar dos incentivos do estado, o que faz baixar o preço ainda mais. A autonomia está entre os 330 e os 550 quilómetros. E as infraestruturas de carregamento também estão em franco desenvolvimento. Ao trabalharmos em conjunto com outras marcas, desenvolvemos no ano passado uma joint venture chamada IONITY e criamos assim uma rede de 400 postos de carregamento rápido em toda a Europa. Para além disso, estamos também a expandir os postos de carregamento, disponíveis nos nossos Concessionários e em cooperação com parceiros, como supermercados e lojas de mobiliário, de forma a que exista infraestrutura em todo o lado com a maior rapidez possível. A mobilidade já não é apenas uma visão, é uma realidade.

Em detalhe, qual é a tecnologia que considera mais fascinante no novo ID.3?

O ID.3 combina o que todos os nossos modelos têm de melhor: tão grande como um Golf no exterior, quase como um Passat no interior, o círculo de viragem de um up!, a aceleração de um GTI e, ao mesmo tempo, sem emissões de CO2. Estamos a começar com o ID.3 no segmento do Golf, o segmento que criamos e vamos expandir gradualmente a família ID. com modelos do segmento superior e inferior. De salientar é a vasta tecnologia útil e de ajuda nestes automóveis. Tal como, o head-up display com realidade aumentada que, para já, vai apenas estar disponível na família ID. Duas outras funcionalidades excelentes são a possibilidade de interagir com o automóvel através do comando de voz e o Smart Light no cockpit. Faz lembrar o K.I.T.T., do carro dos anos 80 da série de televisão Knight Rider.

Qual foi o maior desafio que teve de enfrentar durante todo o processo do projeto?

Desde o início sabíamos que o ID.3 não seria apenas um novo modelo da nossa marca; ele iria marcar o início de uma mudança fundamental. Por isso, envolvemos os mercados e os Concessionários na fase de desenvolvimento, logo no início; afinal, uma mudança tão importante na marca exige o contributo de todos. Também iniciámos a comunicação aos clientes muito mais cedo do que seria normal, para convencer o maior número de pessoas: Now You Can. Criámos uma vasta estratégia, na qual a nossa nova imagem de marca e a cooperação com a Liga de Futebol Alemã e a UEFA também também desempenharam um papel importante. Estas demonstram a nova atitude da marca, e permitem-nos mostrar a Volkswagen como mais fresca e mais próxima das pessoas do que alguma vez foi, com uma nova linguagem visual e um novo logótipo.

O que retira pessoalmente deste projeto?

Estabelecemos objetivos ambiciosos no início deste processo. Queremos tornar-nos no líder global da mobilidade elétrica. Este objetivo colocou-nos perante um grande número de enormes desafios. Quer estejamos a falar em termos tecnológicos, quer em termos de vendas. Muitas áreas foram completamente novas para nós como marca. E, por vezes, tivemos de nos questionar se tudo aconteceria como planeado. É aqui que transparece a qualidade das nossas equipas. Todos sabem que isto tem de funcionar. Não teremos uma segunda oportunidade. Isto gerou uma enorme motivação nas pessoas e muitas estão mesmo a superar-se nas suas capacidades. Há novas formas criativas de aboradegem; em muitos casos, comportamentos enraizados profudamente estão a ser postos de lado e a marca tem sido literalmente recarregada com uma nova energia. Trata-se de uma experiência incrível e eu gostaria de agradecer a toda a equipa pela sua participação.

O ID.3 seria melhor para as suas duas filhas ou para os seus dois filhos?

O ID.3 caracteriza-se pela sua individualidade: cores frescas, versões bi-colores, design desportivo ou uma aparência mais inspirada em lifestyle, belas jantes e muitas outras opções para configurar o ID.3, de acordo com o seu gosto pessoal. Tudo isto é apelativo em igual medida aos meus filhos, bem como a sustentabilidade do automóvel. No entanto, eu penso que a configuração de cada um seria muito diferente.